Luanda – (Angop) O ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, defendeu, em Luanda, a necessidade de aumentar a contribuição do seu sector para o PIB angolano, que é actualmente de 3%.
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Trem da Companhia Ferroviária de Luanda (CFL)
FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO
AVIÕES TAAG
FOTO: PEDRO PARENTE
No entendimento do ministro, ao falar com o Programa de Televisão Pública Angolana ” Grandes Manhãs ”, há uma contribuição muito baixa, considerando que em outras economias esse setor participa com pelo menos 15% de toda a riqueza produzida.
Para aumentar sua contribuição para a produção doméstica bruta, o ministro mencionou que espera melhorar o modelo de governança das empresas do setor e também capturar mais investimentos privados.
Em relação à questão da mobilidade e transporte público, especialmente na capital do país, o ministro disse que a resolução não só pode ser vista como de responsabilidade do Ministério dos Transportes, mas é multidimensional, pois envolve governos provinciais, a Polícia e os órgãos públicos. obras, entre outros.
Ricardo D’Abreu explicou que, no cenário atual da capital, com mais de 8 milhões de pessoas e mais de 60% viajando todos os dias da periferia para o centro de Luanda, os quatro operadores de transporte público não conseguem atender à demanda.
Para resolver este problema, é necessária uma descentralização dos planos de mobilidade urbana, como parte da transferência de poderes e competências para os governos provinciais, no âmbito das autoridades locais.
Na entrevista, o ministro falou sobre a situação da Empresa de Transporte Urbano de Luanda (TCUL), que está passando por um processo de transformação para que possa deixar de ter prejuízos e começar a ser mais rentável.
Segundo o funcionário, a nova gerência da empresa, com as ferramentas à sua disposição e com uma gerência responsável, é “capaz de mudar as coisas”.
Ricardo de Abreu disse que a empresa pública vai ver sua frota reforçada com mais 220 novos ônibus, porque embora seja incluído na lista de empresas a privatizar, é uma entidade pública útil para a cidade de Luanda.
O ministro acredita que, com uma boa gestão, a empresa terá sucesso e poderá até pensar em expandir seu negócio principal para o transporte de cargas.
No que diz respeito aos taxistas, conhecidos como Kandongueiros, que transportam a maioria dos passageiros de Luanda, o ministro disse estar conversando com as associações para integrá-los, uma vez que dos 18.000 identificados na capital, apenas 6.000 são licenciados.
Em vista do papel do serviço coletivo de táxi, ele enfatizou a necessidade de organizar essa parte do mercado que ainda opera informalmente.
Quanto ao serviço de mototaxi, também conhecido como Kupapatas, ele disse que era outra forma de transporte encontrada pelo mercado, já que outros modelos não atendem às necessidades dos cidadãos.
“Os Kupapatas são modais menores que o mercado encontrou”, disse ele, acrescentando que os regulamentos que estão promovendo exigirão um conjunto de recursos de segurança para licenciar esse negócio.
Na longa entrevista, o ministro também abordou o processo de reestruturação da TAAG, uma companhia aérea de bandeira que no ano anterior (2018) teve perdas de 100 bilhões de kwanzas, resultantes de provisões e custos operacionais dos últimos anos.
No subsetor marítimo, o ministro explicou que um dos motivos que levou ao fim do transporte de catamarã no nível da cidade de Luanda foi devido aos altos custos operacionais.
Segundo o ministro, concluiu-se posteriormente que houve uma subutilização dos catamarãs, resultante da melhoria do tráfego rodoviário na cidade de Luanda.