Governador do BNA, José de Lima Massano
Francisco Miúdp-ANGOP
Luanda (Angop)– O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, afirmou esta quarta-feira, em Luanda, que os principais objectivos do Plano de Estabilização Macro Económica do país, desde 2018, foram atingidos no quadro do controlo da inflação, do mercado cambial e das Reservas Internacionais Líquidas (RIL).
Segundo o gestor do banco central, nos últimos quatro anos fez-se várias correcções no mercado cambial, ultrapassando uma inflação de 42 por cento para níveis em torno dos 18%.
O responsável prevê que em 2023 a inflação se cifre entre nove e 11%.
No entretanto, o BNA, como uma das medidas, deixou de utilizar as moedas internacionais como âncora, passando a trabalhar com metas monetárias, um dos factores determinantes para baixar e controlar a inflação.
Falando numa mesa redonda, durante a I edição do Angola Economic Outlook (AEO), promovido pelo Ministério da Economia e Planeamento, em parceria com a revista Economia & Mercado, José Massano disse que as reservas internacionais estão sólidas e equilibradas.
“ O programa das reformas permitiu elevar as reservas internacionais, dos cinco mil milhões para os mais de 13 mil milhões de dólares, o que garante mais de seis meses de importação de bens e serviços”, reiterou.
O governador, recorrendo aos indicadores de 2014, apontou para os défices a nível da balança de pagamentos, onde as receitas de exportação não eram suficientes para cobrir as importações de bens e serviços, num cenário de taxa de câmbio fixa.
“Este facto promoveu a degradação das reservas internacionais, numa queda em torno de 50%, devido à taxa de câmbio fixa, cifrada em cinco mil milhões de dólares. Com forte tensão no mercado cambial no país”, argumentou.
A I edição do Angola Economic Outlook (AEO) aborda entre outros assuntos sobre os indicadores do desempenho macroeconómico do país, à luz das reformas impulsionadas desde 2018, bem como as reformas macroeconómicas, desenvolvidas pelo Governo para remover desequilíbrios internos e externos da economia.
O primeiro painel, que contou com a participação dos ministros da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, das Finanças, Vera Daves de Sousa, do governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, abordou sobre retoma da trajectória de saldos fiscais positivos e dos saldos superavitários na conta corrente da balança de pagamentos e a redução do stock da dívida pública.
A I edição do Angola Economic Outlook (AEO) 2023 decorre sob o lema “Da recuperação económica ao desenvolvimento sustentável”, como uma plataforma de observação económica que visa permitir aos investidores e outros operadores, anteciparem as suas decisões, em função dos cenários projectados. OPF/AC