Luanda – A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, considerou, este sábado, a corrupção um crime hediondo que deve ser combatido sem tréguas, notando ter chegada a hora de se fazer um corte e uma ruptura contra as más práticas.
LUÍSA DAMIÃO, VICE-PRESIDENTE DO MPLA,
FOTO: FRANCISCO MIÚDO
PARCIPANTES DA CAMPANHA PÚBLICA DE MORALIZAÇÃO DA SOCIEDADE
FOTO: FRANCISCO MIÚDO
Ao discursar no lançamento da campanha de moralização da sociedade, levada a cabo pelo partido no poder, disse ser fundamental, neste novo ciclo de governação, juntar sinergias em torno do combate à corrupção, ao nepotismo, à impunidade e à bajulação.
Segundo a dirigente partidária, os recursos financeiros ou matérias provenientes da corrupção tornam-se uma desonra pública e, na cruzada contra esse mal, o seu partido deve ocupar a primeira trincheira e assumir o papel de vanguarda e de líder.
“É um dinheiro que não é nosso. É do povo para realizar os interesses públicos, declarou a dirigente do MPLA, para quem o país precisa de verdadeiros patriotas, homens e mulheres que defendem causas nobres e se propõem virar a página e deixar de navegar na impunidade.
Reafirmou, com efeito, que o combate à corrupção é para levar a sério. “Não vale a pena pensar que é apenas para inglês ver e que é selectivo como alguns tentam insinuar em vez de apresentarem opiniões construtivas”.
Todavia, notou que a direção do partido está consciente das interpretações e mal-estar que o combate ao fenómeno possa causar entre as pessoas. “Não está em causa as pessoas mas apenas atacar e destruir o mal”.
Disse ser um processo onde o papel fundamental não cabe apenas aos órgãos da administração da Justiça, em obediência à Constituição e da Lei, mas também às organizações da sociedade civil, igrejas, universidades, entre outros, no sentido de contribuírem para a educação jurídica dos cidadãos e na denúncia de todos os actos que lesem o Estado.
Disse ser preciso que os órgãos da administração da justiça redrobrem esforços no sentido de continuarem com o seu trabalho, que considera complexo, ao lidarem com os crimes financeiros olhando para a dimensão pedagógica.
Segundo Luísa Damião, a materialização na prática do Programa de Governo, no que ao combate à corrupção diz respeito, é realizar um compromisso que o MPLA assumiu não apenas para lograr os votos dos eleitores ou como uma bandeira de campanha mas, sobretudo, porque tinham a consciência da necessidade de cumprir com esse desiderato, que há muito se impunha.
Perante políticos, académicos, governantes, deputados, membros da sociedade civil, entre outros, a dirigente lembrou que os pais fundadores da Nação já fizeram a sua parte, cabendo agora a grande responsabilidade de se trabalhar na mudança de mentalidades e na construção de instituições fortes e caminhar para o desenvolvimento harmonioso e sustentável do país.
“Todos os dias devemos nos lembrar que temos um inimigo comum, a corrupção, o nepotismo, a impunidade e a bajulação. São como se de “uma bomba atómica” se tratasse, que não poupa ninguém, pelo que devemos fazer absolutamente tudo para vencê-la com todos os meios e inteligências necessárias”, vincou.
Disse estar ciente que todos gostariam de proporcionar o bem-estar às suas famílias, considerando legítimo quando se consegue de forma lícita com trabalho honesto, árduo e não de forma ilícita, corrompendo ou se deixando corromper. Isso a todos os níveis, na escola, na família e sobretudo nas instituições.
“Devemos todos renunciar o suborno, ou seja, o uso da recompensa escondida para conquistar um acto, ou omiti-lo, de um funcionário público a seu favor”, observou.
Indicadores contra a corrupção são animadores
A vice-presidente do MPLA disse que a luta contra a corrupção é um facto, sendo que os seus indicadores são animadores, lembrando o encorajamento e incentivo das organizações e entidades da sociedade civil nacional e internacional que dão boa nota aos esforços em curso no país.
Na sua intervenção, ressaltou a determinação, coragem e grande sentido de Estado do Presidente da República, João Lourenço, seus pronunciamentos desde a cerimónia de investidura, em 2017, no combate à corrupção a todos os níveis de Cabinda ao Cunene.
Campanhas similares decorrem nas províncias, nos municípios e comunas e far-se-á, igualmente, encontros com os diferentes extractos da sociedade, nomeadamente jovens do ensino médio, superior, associações profissionais e não profissionais.
A campanha pública para a Moralização da Sociedade decorrerá em todo o país sob o lema “Combater a Corrupção, o Nepotismo, a Bajulação e a Impunidade é garantir o futuro melhor e bem-estar às Famílias angolanas”.
No lançamento da campanha, na Tenda do Talatona, em Luanda, contou com a presença de políticos, individualidades da sociedade civil, da academia, dos órgãos de justiça, da igreja em Angola, representantes do corpo diplomático acreditado em Angola, deputados, entre outros